12 de março de 2009
Saiba mais sobre a história de São Lourenço da Serra
Apesar de ser uma cidade nova, São Lourenço da Serra tem uma história rica e um passado que remete a época imperial do Brasil. O início da colonização do local remete ao século 18, tempo em que o Brasil ainda era colônia de Portugal e os bandeirantes buscavam ouro e pedras preciosas.
Em meados do século 19, dois caçadores vieram para a região para explorar as matas ainda intocadas. Manoel Soares de Borba e Manoel Mendes Rodrigues se encantaram pelo local e trouxeram as suas famílias para morar em definitivo onde hoje é o bairro da Aldeinha.
No local não existia nada, apenas uma capela, provavelmente erguida pelos bandeirantes com mão de obra escrava. Os dois caçadores reformaram a capela e a batizaram de “Capela de São Lourenço”. Parentes e outras famílias foram chegando ao local e ali fundaram uma vila chamada de “Vilarejo dos Borbas”.
Foto: Divulgação
Praça 10 de Agosto, ponto de encontro de várias gerações
A comunidade ficou conhecida como São Lourenço e como suas terras pertenciam a Itapecerica da Serra, a vila foi elevada a distrito em 1953. Já em 1991, no dia 19 de maio, foi realizado um plebiscito que pedia a emancipação. A maioria dos moradores da época, cerca de sete mil ao todo, votaram favoráveis a emancipação.
Acontece que a Assembléia legislativa de São Paulo vetou a emancipação e para frustração dos moradores o processo não foi para frente. Só em 1992, como a ajuda do então governado Fleury, é que o veto a emancipação foi derrubado e finalmente São Lourenço foi emancipada. Como na história de Taboão, a palavra “da Serra” foi acrescentada ao final do nome em homenagem a cidade mãe, Itapecerica. Neste ano aconteceu também a primeira eleição municipal.
Lendas
Entre as versões populares sobre a fundação de São Lourenço da Serra, destacam-se duas: a primeira, no início do século XIX, ainda no tempo do Império, quando era comum a tradição das caçadas na região serrana, um caçador chamado Lourenço se viu perdido na mata. Seus companheiros voltaram a Itapecerica da Serra, que era um Distrito de Santo Amaro, em busca de ajuda. Depois de muitos dias, Lourenço foi encontrado enfraquecido pela fome, sede e cansaço. Depois de sua recuperação, o caçador construiu no local uma capela em agradecimento a São Lourenço, e a partir daí, iniciaram as primeiras aglomerações humanas.
A segunda versão é que Manoel soares de Borba perdeu-se nas matas por três dias a propósito de uma caçada. No final do terceiro dia, um Santo apareceu indicando um rio que o levou, onde atualmente é a Aldeinha. De lá foi fácil encontrar o caminho de volta. Depois a capela a São Lourenço foi erguida e os cultos vêm sondo prestados anualmente nos mês de agosto.
O Padroeiro da cidade
São Lourenço foi uma das vítimas da perseguição do imperador Valeriano em 258, com o Papa Xisto II, de quem era arquediácono, e de muitos outros membros do clero. Valeriano, no começo de agosto de 258, lançou um edito condenado sumariamente á morte todos os bispos, padres e diáconos. Essa ordem imperial foi imediatamente cumprida em Roma. No dia 6 do mesmo mês, o Papa Xisto II foi levado ás catacumbas e executado. Outros dois diáconos, Felicíssimo e Agapito, foram mortos no mesmo dia. Quatro dias depois, Lourenço, o último de sete diáconos, foi martirizado. Ele foi sepultado na Via Tiburtina, em um lugar chamado Agro Verano. A causa da morte de São Lourenço é incerta, não existem relatos escritos do martírio. Segundo a narração de Santo Ambrósio, aceita pela Igreja, ele teria sido queimado.
Desde o século IV, São Lourenço tem sido um dos mais honrados mártires da Igreja. O imperador Constantino foi o primeiro a construir um oratório sobre seu túmulo, que foi ampliado e beneficiado pelo Papa Pelágio II. O Papa Xisto III construiu a basílica, que veio a ser uma das cinco igrejas patriarcais de Roma, junto com as igrejas de São João de Latrão, São Pedro, Santa Maria Maior e São Paulo extramuros. No altar-mor dessas igrejas somente o Papa pode celebrar. Além da igreja de São Lourenço, Roma tem mais sete santuários dedicados a São Lourenço, padroeiro dos diáconos.