Saída de médicos cubanos prejudica atendimento nas Unidades de Saúde da região
Matheus Herbert
As prefeituras de Itapecerica da Serra e Embu das Artes já começaram a traçar estratégias para conseguir dar conta dos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O atendimento ficou ainda mais caótico em todo o País após o governo de Cuba divulgar que deixará de fazer parte do programa Mais Médicos. Itapecerica e Embu contavam com 39 profissionais do programa que desde ontem já não atendiam mais.
Segundo o Ministério da Saúde cubano, as exigências feitas pelo governo eleito são “inaceitáveis” e “violam” acordos anteriores. O contrato com os profissionais iria até o dia 20 do próximo mês, porém foi encerrado antes do período pegando todas as administrações de surpresa.
A Prefeitura de Itapecerica da Serra informou que dos “21 médicos que atuavam no programa, 19 são cubanos. A prefeitura estima que dez unidades da cidade podem ficar desfalcadas. Na manhã desta quarta-feira, não houve atendimento nas unidades que eram atendidas apenas por estes profissionais. Assim como outras cidades, Itapecerica foi apanhada de surpresa com a saída dos médicos e estuda estratégias para atender a demanda”.
Já a Prefeitura de Embu das Artes informou à Gazeta que “abrirá imediatamente a contratação emergencial de médicos para repor a perda do quadro clínico do município”.
Ainda segundo a prefeitura de Embu das Artes, “a administração aguarda paralelamente o processo seletivo do Ministério da Saúde para repor a perda dos médicos”.
Programa
O programa foi criado em 2013, na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, para levar médicos a regiões distantes e periferias do país. A vinda dos médicos cubanos foi acertada por meio de convênio firmado entre os governos brasileiro e de Cuba, por meio da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), e que dispensava a validação do diploma dos profissionais. Na ocasião, o acordo foi questionado por entidades médicas brasileiras.