São Paulo: Festival de Luzes invade Beco do Batman nesta sexta e sábado
Videomapping e laser dialogando com alguns murais grafitados, paredes e chão do Beco do Batman é o que promete a 5ª edição do Festival de Luzes de São Paulo #FLSP para os dias 11 e 12 de novembro, entre às 19 e às 23h. Um grupo de artistas vai mostrar o resultado de seus trabalhos inspirados na escultura “O Pensador”, de Rodin, na simulação de fluidos em estado gasoso, sólido e líquido, personagens fantásticos narrados por moradores da ilha de Boipeba (BA) e uma intervenção batizada de “Cidade de Risco” sobre territórios de alta vulnerabilidade
Idealizado por Alexis Anastasiou e realizado pela Visualfarm, produtora especializada em arte e tecnologia, o #FLSP é gratuito e tem como proposta reconfigurar a relação entre os paulistanos e a capital paulista.
A intervenção no espaço da Vila Madalena tem apoio da ZIV Gallery e parceria com alguns dos grafiteiros locais, como BoletA e Enivo. Alguns murais do Beco serão o palco para projeções e laser de artistas convidados pela Visualfarm. De acordo com Alexis, “cada artista vai levar para o Beco do Batman sua criação em imagens e luz. É pura arte de rua que ‘conversa’ com o videomapping e promove a ocupação do espaço público”.
Entre as intervenções estão a criada pela diretora de arte e veejay Deca, em colaboração com o artista multiplataforma VJ Não Consta. “Epifania” é uma narrativa visual de símbolos para propiciar livre interpretação do espectador e estimular a elevação mental. Ambos usam 3D.
Outro artista é Cristhian Lins, pesquisador de linguagens luminosas analógicas e digitais e que atua em diversas esferas do mapeamento de luz. No Beco do Batman, vai apresentar a intervenção “Pensa”, que é, segundo ele, uma “releitura da iconografia presente na escultura O Pensador, de Rodin, que busca uma reflexão sobre o universo caótico e onírico em cada ser que pensa, seja ele biológico ou digital”. Suas técnicas incluem composições 2 e 3D, inteligência artificial e live action.
Flavio Reis, do estúdio Audiovisualismo, é um artista visual e VJ que produz videoarte e explora novos campos tecnológicos e digitais. Sua intervenção, “Fluídos Subterrâneos”, será projetada sobre o chão, e inclui, como ele explica, “animações geradas digitalmente a partir de algoritmos de movimento de turbulência de partículas, proporcionando uma nova perspectiva para os usuários e simulando fluidos em estados líquido, gasoso, sólido e plasmático”. As técnicas utilizadas por ele são cinema 4D, X-particles e Trapcode.
O Coletivo Coletores, que reúne os artistas e pesquisadores Toni Baptiste e Flávio Camargo, vai apresentar “Cidade de Risco”, uma intervenção visual com a linguagem do videomapping a partir da vivência em territórios de alta vulnerabilidade, principalmente nas periferias dos grandes centros urbanos, para estimular o debate sobre diversidade, direitos humanos e da cidade a partir do uso da arte e da tecnologia. De acordo com ambos, “a intervenção parte dos múltiplos sentidos da palavra risco – estar em risco na cidade ou riscar a cidade – usando ícones, tipografias e cartografias urbanas, com murais de grafite como suporte para estabelecer uma obra que transita entre o físico e o digital”. As técnicas utilizadas pela dupla são, entre outras, pixo digital e animação 2 e 3D.
A quinta e última apresentação é a do grupo Embolex, pioneiro no Brasil no desenvolvimento do VJing e de linguagens audiovisuais. Eles vão apresentar o videomapping “Fonte das Sereias”, uma série de imagens baseadas em pesquisas de personagens fantásticos narrados por moradores de Mororé, na Ilha de Boipeba (BA). O grupo vai explorar o piso do Beco do Batman com uma fonte, de onde surgem sereias que vão ocupar um prédio do local. As ilustrações foram criadas a partir dos desenhos imaginados por Manuel da Luz Alcântara, habitante da Ilha que expressa, segundo o grupo, “toda uma ecologia de histórias fantásticas coletadas e reinterpretadas por Luiza Cambraia de Lacerda e Paulo Fernandes de Alcântara.
A 5ª edição do Festival de Luzes de São Paulo começa no dia 3/11 com uma intervenção de videomapping em três empenas da Praça do Ciclista (avenida Paulista, 2518). E será encerrado nos dias 19 e 20 de novembro, com megaprojeções, laser de alta potência e 100 drones formando imagens no ar na avenida Pedro Álvares Cabral, entre a Assembleia Legislativa de São Paulo e Obelisco, no Ibirapuera.
O festival é viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura por meio da Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo, com patrocínio do Atacadão.
Ficha Técnica
5ª edição do Festival de Luzes de São Paulo #FLSP
Intervenção: Beco do Barman, entre as ruas Medeiros de Albuquerque e Harmonia, na Vila Madalena
Data: 11 de 12 de novembro
Horário: das 19 às 23h
Artistas: Déca, VJ Não Consta, Cristhian Lins, Audiovisualismo, Coletivo Coletores e Embolex
Perfil dos Artistas
· Déca
Débora é diretora de artes, designer e veejay. Atua no mercado principalmente como colagista surrealista. Trabalhou com diversas marcas, agências, produtoras, shows e artistas. Realizou exposições e palestras sobre sua arte.
· VJ Não Consta
Pedro Brandão é o artista por trás do projeto VJ Não Consta e atua desde 2016 como artista visual em eventos de música, vídeomapping e apresentações de arte performance. Seu objetivo é criar experiências únicas ao público a partir de narrativas construídas com a manipulação ao vivo de vídeos. Focado na produção de conteúdo 3D, assinou a produção dos palcos virtuais da série de shows da MC Soffia (2021), participou dos festivais de vídeo mapping l-Ibit Mapping (2021), SSA Mapping (2021) e Brasília Mapping (2021) e dos festivais de arte tecnologia SP Tech Week (2019), Perfídia (2019), Ateliê Aberto (2019) e Comuna Intergalática II (2018). Produziu videoclipes para os artistas Audax, Mister Ruiz, Klaas e Hyglu, sendo este premiado pelo edital RespiraArte (2021). Realizou shows com o artista americano Curses e os artistas nacionais B Negão, Laud, Murilo Sá e Macaco Bong.
· Christian Lins
Pesquisador de linguagens luminosas tanto analógicas como digitais, Cristhian Lins atua em diversas esferas do mapeamento de luz, tendo realizado diversos projetos artísticos, tanto autorais como dando suporte técnico em videomapping e shadow art, para espetáculos teatrais, shows musicais, videoclipes, projeções mapeadas em arquitetura e projetos de iluminação e mapping para cinema.
· Audiovisualismo
Flavio Reis é um artista visual e VJ que produz videoarte e explora novos campos tecnológicos e digitais. Iniciou sua carreira no fim dos anos 90, participando de festivais, bienais e exposições coletivas. Em 2009, fundou seu próprio estúdio, Audiovisualismo, focando nas novas mídias e ampliando as possibilidades de criação no campo do vídeo, inserindo-se no cenário musical, cinematográfico e mercadológico digital.
· Coletivo Coletores
Formado em 2008 na periferia de São Paulo pelos artistas e pesquisadores Toni Baptiste e Flávio Camargo, o COLETORES tem como proposta pensar as cidades como meio e suporte para suas ações utilizando linguagens visuais e tecnológicas, discutindo temáticas ligadas às periferias, apagamentos históricos/culturais, assim como o direito à cidade. O COLETORES já atuou em diferentes projetos em instituições, como: FILE, FONLAD – Portugal, Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, IMS, Sesc, Google, CCSP, British Council, Bienal de Arte Contemporânea de Dakar, entre outros. Em 2021, foi contemplado com Prêmio ProAC trajetória Artes visuais, foi indicado ao MVF Awards e, em 2022, ganhou Prêmio PIPA.
· Embolex
O Embolex é pioneiro no Brasil no desenvolvimento do VJing e de linguagens audiovisuais. Desde 2000, vem se apresentando em diversos gêneros de performances multimidia. Aprofundou-se e especializou-se em experiências ao vivo, que vão desde diversas participações em eventos musicais (Nação Zumbi, Academia da Berlinda, Natiruts, Emicida, entre outros), desfiles de moda (SP Fashion Week, Santa Constancia), projetos de cinema ao vivo (Festival de Cinema do Rio, Live Cinema) e também apresentações em museus e galerias de arte (Tate Gallery, SP Arte). O grupo já se apresentou em diversos locais do mundo e está sempre buscando criar novas formas de narrativas audiovisuais. Desenvolve também diversos formatos de performances multimídia, projeções, videocenários, videomapping, filmes para publicidade, televisão, teatro, cinema, galerias, casas noturnas, eventos, festas entre outros.
Sobre o Festival de Luzes de São Paulo
Em sua quinta edição, o Festival procura inserir arte e intervenções em espaços marcantes da cidade de São Paulo, sempre ao ar livre e gratuitamente. Explorando as fronteiras entre arte, tecnologia e temas importantes para a sociedade, o festival busca criar experiências significativas e acessíveis.
Alexis começou sua carreira como pioneiro VJ de festas na cena underground, no final da década de 90. Com a explosão da música eletrônica no começo dos anos 2000, a estética das projeções acabou sendo procurada para as festas e eventos corporativos e Alexis abriu o estúdio Visualfarm em 2003.
A Visualfarm reuniu uma equipe multidisciplinar que possibilitou o desenvolvimento de projeções mapeadas e dos Fulldomes no Brasil. Em 2010, Alexis inicia o projeto Vídeo Guerrilha, um festival de megaprojeções que ganhou prêmios e teve seis edições dentro e fora do País. Desde então, Alexis e a Visualfarm fizeram projeções em todos os principais marcos arquitetônicos no Brasil e em mais de 10 países, ganhando diversos prêmios internacionais de qualidade estética, técnica e de resultados de marketing.
Em 2017, Alexis lançou o livro Mappingfesto, o manifesto do mapping, que aponta para um futuro no qual as cidades serão modificadas com instalações permanentes de projeções em grande formato, possibilitando uma nova era digital no urbanismo e na arquitetura.
Em 2018, Alexis lançou a primeira edição do Festival de Luzes de São Paulo, realizado pela Visualfarm em grandes marcos da cidade. Em 2019, ocorreu a segunda edição do FLSP, com espetáculo composto de ballet de drones sincronizados no parque do Ibirapuera. Também nesse ano, Alexis recebeu o prêmio da Media Architecture Bienalle em Pequim, pelo projeto Chave do Centro.
Em 2022, Alexis comandou a primeira edição do Festival de Luzes em Florianópolis, realizado em agosto em três pontos da capital catarinense. Outro destaque desse ano foi o voo de 200 drones na reabertura do Museu do Ipiranga, que marcou a comemoração dos 200 anos de Independência do Brasil.