Sem acordo, voto de repúdio por morte de Marielle Franco não é votado pela Câmara de Taboão
Vereadores debateram na primeira parte da sessão casos de vilência contra as mulheres
Vereadores chegaram a fazer uma oração durante a sessão, mas sem acordo requerimento não foi votado
Rose Santana
A morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e do motorista dela Anderson Pedro Gomes semana passada, foi um dos temas debatido na sessão desta terça-feira, dia 20, na Câmara Municipal de Taboã
o da Serra. O vereador Ronaldo Onishi (SD) apresentou um voto de repúdio contra o ato, que ele considerou como “uma execução”, mas o documento não entrou em votação por que não houve acordo entre os líderes da Casa.
Ao apresentar o pedido de Voto de Repúdio, Onishi disse. “Quero retratar a forma covarde e cruel que a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e seu motorista foram assassinados […] Ela lutava pelos direitos humanos. Direitos Humanos não é defender bandido. É defender direitos básicos da sociedade. Direito a vida, a liberdade, direito a liberdade de opinião […] ou seja, ela defendia o estado democrático de direito, a democracia. E ela foi morta por fazer essa defesa [..] Que nós possamos na data de hoje, votar um Voto de Repúdio, e que a morte dela seja esclarecida”, discursou.
Outros parlamentares também usaram a tribuna para falar sobre o ocorrido. “Quero colocar meu posicionamento de indignação com a morte da vereadora do rio de Janeiro, mas não somente por esta morte, mas também pelas 60 mil pessoas que morrem nesse país todos os anos”, disse o vereador Marcos Paulo (PPS).
A vereadora Priscila Sampaio (PRB) também demonstrou sua indignação, não apenas pela morte de Marielle, mas “de por tantas mortes de mulheres”, assassinadas no Brasil.
“Gostaria de colocar aqui minha indignação por tantas mortes de mulheres, isso dói não é na pele, dói no coração […] Coloco aqui minha indignação, da também parlamentar, Marielle, falecida, vítima dessa violência tremenda. Acredito que os fatos sejam apurados. Não estamos aqui defendendo porque ela era parlamentar, porque ela foi vereadora, não, mas sim, porque ela foi mulher”, falou.
Priscila fez uma oração, como um “ato de fé, pedindo a Deus que Ele possa proteger nossas mulheres”.
Mesmo com os discursos fervorosos o Voto de Repúdio não foi colocado em votação. “Não houve consenso [dos líderes] na causa da morte. Porque ela morreu? Se houve execução, enfim, por qual motivo? Por isso não foi votado”, declarou Onishi.