Sem-teto dizem que vão resistir a reintegração marcada para esta quinta
Ocupação na avenida Castelo Branco, no Parque Laguna em Taboão da Serra é alvo de disputa na justiça
Matheus Herbert, da Gazeta de S. Paulo
Os moradores e lideranças que ocupam uma área particular de 136 mil m² na avenida Castelo Branco, no Parque Laguna em Taboão da Serra prometem resistir a uma reintegração de posse do local marcada para às 6h da manhã desta quinta-feira. A Gazeta acompanha a ocupação desde junho deste ano, quando apenas 300 famílias viviam no local em barracos improvisados. Caso a reintegração aconteça, mais de duas mil famílias não terão para onde ir.
“Estamos tentando negociar com a prefeitura e com a Justiça que a reintegração não aconteça e que tenhamos pelo menos mais 90 dias para sair da terra. Já temos um outro terreno para ir, na divisa entre a cidade de Taboão da Serra e Embu das Artes. Vamos comprar o terreno do proprietário e instalar as moradias para essas famílias”, disse um dos líderes da ocupação, Leandro Cavalca.
Ainda segundo Cavalca as famílias iriam resistir a reintegração. “Não queríamos embate e nem confronto, já que isso pode acabar machucando as famílias, porém de qualquer forma não podemos aceitar essa situação e vamos lutar pelo local”, finalizou um dos líderes.
Protesto
Na tarde desta quarta-feira as famílias realizaram um protesto contra a reintegração na altura do quilômetro 272 da rodovia Régis Bittencourt, na pista sentido sul. O congestionamento afetava o trânsito por volta das 18 horas.
Ocupação
A reintegração da área foi determinada pelas Justiça no mês de outubro. Na semana passada os sem-teto realizaram um protesto em frente ao fórum de Taboão da Serra para tentar adiar a reintegração do local que é considerada de preservação ambiental.
Em junho as famílias se instalaram em barracos improvisados de lona, porém nos últimos meses já era possível ver moradias de madeira e de alvenaria.
No dia 24 de setembro, o prefeito da cidade de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB) se reuniu com representantes da ocupação e prometeu que tentaria negociar com o proprietário da área uma solução ou buscar políticas públicas com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU).
A Prefeitura de Taboão da Serra foi procurada ao menos três vezes pela reportagem nas últimas semanas mas não informou quais as medidas estariam sendo tomadas em relação a ocupação.