Serra do Cafezal: trecho registra quedas de acidentes, atropelamentos e mortes cinco anos após duplicação
Serra do Cafezal, rodovia Régis Bittencourt
A Serra do Cafezal, considerado um dos trechos mais perigosos da rodovia Régis Bittencourt, apresentou diminuição nos casos de mortes causadas por atropelamentos e acidentes de trânsito, de acordo com balanço da Arteris, concessionária que administra a via. A queda foi percebida nos últimos anos, após a duplicação da via, que completa 5 anos em 2022.
A Serra do Cafezal é cercada por Mata Atlântica e está localizada entre as cidades de Miracatu e Juquitiba, no interior de São Paulo
As obras foram concluídas em 2017 e, desde então, é nítida a diferença na experiência de trafegar pela Serra do Cafezal. A começar pelo tempo médio de descida por veículos pesados, que passou de 3 horas para apenas 25 minutos, graças ao novo traçado. Além disso, no km 353 da pista sentido Curitiba, os motoristas contam com uma área de escape, dispositivo que permite a parada segura para veículos que perderam a capacidade de frenagem, no qual 72 vidas foram salvas, desde a sua inauguração.
De acordo com a concessionária, a Régis Bittencourt passou a registrar uma significativa redução de acidentes e fatalidades. Ao comparar os quatro últimos anos antes da duplicação (2014 a 2017) e os quatro primeiros após a entrega da obra (2018 a 2021), o número de colisões frontais, mais comuns em pistas simples, caíram 81%, sem nenhuma fatalidade. Colisões traseiras foram reduzidas em 38% e colisões laterais, 48%.
Mas há dois outros dados que mostram como a duplicação favoreceu toda a região. Um deles é o número de atropelamentos, que caiu 45% com a implantação de passarelas e campanhas de conscientização de motoristas e pedestres. O outro é que animais também foram protegidos: com as passagens de fauna para a travessia segura de animais silvestres, acidentes e fatalidades de animais caíram a zero.
Por cortar a Mata Atlântica, um dos biomas em situação de preservação mais delicada no país, o projeto seguiu rigorosos processos de licenciamento ambiental. Além de aproveitar a pista já existente, os novos segmentos foram criados de modo a mitigar impactos, preservando ao máximo a natureza da região, que conta com reservas estaduais e corredores ecológicos. Além desse cuidado, com as passagens de fauna, além de evitar atropelamento de animais, é possível que indivíduos transitem entre diferentes fragmentos da Mata Atlântica e tenham mais chances de se produzir, preservando dezenas de espécies.
Ainda de acordo com Arteris, a Régis Bittencourt ultrapassou a meta da ONU, reduzindo em 56% o número de fatalidades na via na década de 2010-2020. “A Arteris segue nesse propósito e aderiu voluntariamente à Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2020-2030 da organização”, informou.