Taboão da Serra aguarda posição do Estado para aplicação da 5ª dose da vacina contra Covid
O secretário de Saúde de Taboão da Serra, José Alberto Tarifa
Com a chegada da subvariante da ômicron, a BQ.1, o número de casos de Covid-19 voltou a subir significamente em todo país. Em Taboão da Serra a secretaria municipal de saúde já estuda novas medidas para conter a doença e irá divulgar ainda nesta semana os números consolidados de novos casos.
Segundo José Alberto Tarifa, no mês de outubro não foram registradas mortes em Taboão da Serra em decorrência da doença, mas nos últimos 15 dias o número de notificações vem aumentando. “Estamos contabilizando os dados dos últimos dias, mas já sabemos que o número vem subindo”, disse.
A nova linhagem do vírus tem uma facilidade maior de escapar dos anticorpos. A vacina atualizada, que ainda não chegou no Brasil, é de extrema importância para o combate da Covid, mas uma quinta dose já começou a ser aplicada em diversos estados do Brasil, mas não existe uma previsão para o início em São Paulo.
Tarifa afirma que Taboão da Serra está preparada para um novo ciclo de imunização, mas precisa aguardar uma posição do Estado. “Não temos ainda essa previsão, seguimos as orientações da secretaria estadual de saúde, do comitê de vigilância epidemiológica, por enquanto não acenaram com o início desta vacinação, mas é uma realidade, com certeza vamos ter que imunizar os moradores com a quinta dose”.
O secretário lembra que com as mutações do vírus e as novas variantes, a vacinação será uma constante no calendário nacional. “É do mesmo jeito que temos a vacina da gripe, cada vez que chega uma cepa nova, tem que atualizar a vacina, da Covid vai ser da mesma forma”, disse Tarifa.
A doença, que vinha numa série de queda de casos e internações, voltou a crescer no Brasil, com reflexo nas internações em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no estado de São Paulo e na explosão de testes com resultado positivo na rede privada, passando de 3%, no início de outubro, para mais de 23% até o dia 4 de novembro —o que representa aumento de 524%.
Em São Paulo, a Secretaria da Saúde informou que o reforço é oferecido para pessoas imunossuprimidas com 18 anos ou mais que tenham tomado a quarta dose há pelo menos quatro meses. Pessoas com 40 anos ou mais que tenham iniciado o esquema vacinal com o imunizante da Janssen e tenham tomado a segunda dose de reforço há pelo menos quatro meses também podem se vacinar.
Brasil
Diante do aumento de casos de covid-19, autoridades sanitárias internacionais estão em alerta. O registro de novos casos da doença tem a ver com o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB. Segundo os primeiros estudos, elas podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.
O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (10), sinaliza para o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns pontos do país.
Em alguns estados, o sinal é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos.
“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, espera-se que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nessa atualização, podendo, inclusive, aumentar o total de estados em tal situação”, disse o pesquisador da Fiocruz.
Crianças
Quando o recorte foi feito por capitais, a Fiocruz identificou maior predominância em crianças. As exceções são Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos.
Segundo o médico Werciley Júnior, coordenador da Infectologia da rede Santa, em Brasília, as crianças devem ser um foco de atenção importante. “Apesar da doença em crianças ser uma forma normalmente leve, a gente tem dois aspectos. O primeiro é que nelas, quando a forma é grave, há uma alta taxa de mortalidade. O outro é que as crianças são carregadoras do vírus para dentro de casa. Se elas estiverem imunizadas, vão diminuir muito sua capacidade de transmissão”, alertou.
Ainda segundo o médico infectologista, apesar de até o momento os casos no país serem leves, registros positivos preocupam especialmente entre os não vacinados. O especialista ressaltou que o grande medo da comunidade médica e de autoridades sanitárias é que essa variante sofra uma nova mutação e fuja totalmente da vacina causando doenças graves.
“A gente sabe que a taxa de vacinação mais ou menos estacionou com duas doses. As pessoas não estão fazendo a terceira dose que houve uma redução gigantesca”, observou, acrescentando que esse público pode desenvolver formas graves da doença.
Segundo o médico, a vacina tem dois pontos importantes. O primeiro deles é proteger as pessoas de modo que quem tiver a doença desenvolve a forma leve.
O outro ponto é que, com anticorpos trazidos pela vacina “mesmo que parcialmente funcionando”, o paciente infectado diminui a carga viral e não consegue transmitir o vírus para a mesma quantidade de pessoas que transmitia sem a imunização.
Proteção
Além da vacinação, o infectologista recomendou que pessoas com comorbidades voltem a usar máscaras de proteção facial, evitem aglomerações e, em caso de suspeita, façam o teste para evitar contaminação de outras pessoas.
Com informações da Agência de Notícias da AIDS e da Agência Brasil