Taboão da Serra: Empresa pretende erguer cemitério vertical no Jd. Maria Rosa
Antigo terreno da Gracimar, no Jd, Maria Rosa em Taboão da Serra, onde será erguido cemitério vertical
A polêmica está formada para os moradores da região central de Taboão da Serra. Uma empresa adquiriu um terreno na avenida José Dini, no Jd. Maria Rosa, e pretende erguer um cemitério vertical com capacidade para até 10 mil urnas. Moradores da região colocaram um abaixo-assinado contra o empreendimento e a prefeitura agora tem um imbróglio para resolver.
Segundo apurou o Portal O Taboanense, o cemitério vertical terá duas fases de instalação, a primeira prevê um prédio de três andares para receber sepulturas em um sistema moderno, com prevenção a contaminação dos lençóis freáticos e a instalação de filtros para evitar qualquer vazamento de resíduos no ar.
Apesar da segurança pregada pelo empreendimento, moradores vizinhos do empreendimento já se colocaram contra a instalação do cemitério em uma área basicamente residencial. Além de um abaixo-assinado on-line, que já conta com mais de 1.100 assinaturas, livros distribuídos pelos condomínios da região contam com a posição contrário de grande parte dos moradores.
Além da questão ambiental, moradores alegam questões sociais. “Quando comprei o meu apartamento, não existia a previsão de um cemitério na janela da minha casa, sou contra a instalação e todos meus vizinhos também não concordam com esse projeto. A prefeitura tem que barrar essa iniciativa”, disse Deise Moreira, moradora de um prédio às margens da rodovia Régis Bittencourt.
O empreendimento já pediu licença na prefeitura para iniciar as obras. O projeto prevê duas fases, a primeira irá erguer um prédio de três andares no antigo terreno da empresa Gracimar. Após cinco anos, o investimento terá a conclusão de mais dois andares, chegando a cinco pavimentos com túmulos.
Em nota ao Portal O Taboanense a prefeitura de Taboão da Serra afirmou que “este processo está em uma das etapas de análise na Prefeitura, que não tem autonomia para decidir sozinha sobre as licenças necessárias para o empreendimento, sendo o licenciamento ambiental uma responsabilidade do Estado, através da CETESB”.
Moradores da região afirmaram que o empreendimento desvaloriza o entorno e que não deveria ser erguido em um local densamente povoado. “Eu não quero morar ao lado de um cemitério, é uma questão pessoal, não quero abrir minha janela e ver um monte de gente morta, não aceito isso, não é aceitável um tipo de negócios como esse em um local residencial”, lembra Camila Carvalho.
Apesar da reclamação quase unânime dos moradores, o empreendimento segue a legislação e está de acordo com o zoneamento. Até o momento, projeto inicial, não foi realizado nenhuma audiência pública sobre a instalação do cemitério vertical em Taboão da Serra, que pode gerar interferência da Câmara Municipal em agosto, na volta do recesso.
A prefeitura de Taboão da Serra afirmou em nota que “Recebemos abertamente a manifestação dos moradores e afirmamos que o procedimento de licenciamento na cidade segue legislação específica, e a atividade só poderá ser licenciada se seguir todos os parâmetros definidos na Lei”.
Ainda sobre o licenciamento do projeto, a prefeitura de Taboão da Serra, através da secretaria de habitação e meio ambiente afirmou que “O Brasil tem uma legislação consolidada sobre a implantação de cemitérios, com resoluções estaduais, federais e do Conselho Nacional do Meio Ambiente -CONAMA, que garantem principalmente o impedimento da contaminação de corpos hídricos e do lençol freático”.
A reportagem do Portal O Taboanense entrou em contato com um dos proprietários do empreendimento que prefeririam não responder aos questionamentos do jornal. Assim que tivermos retorno das perguntas enviadaso espaço estará garantido para a posição da empresa.