Taboão da Serra: Justiça torna réus atiradores e intermediários de falso atentado contra ex-prefeito Aprígio

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A Justiça de São Paulo formalizou a acusação contra os envolvidos no falso atentado a tiros sofrido por José Aprígio (Podemos), então prefeito e candidato à reeleição de Taboão da Serra, durante a campanha eleitoral do ano passado. Cinco pessoas responderão judicialmente por quatro tentativas de homicídio qualificado, agravadas por motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas, uso de arma de uso restrito e perigo comum. Um dos réus também é acusado de lavagem de dinheiro.
Dois dos acusados estão em prisão preventiva, enquanto outros três permanecem foragidos e estão sendo procurados pela Justiça. A Polícia Civil ainda tenta descobrir o mandante do crime ocorrido em outubro de 2024. A suspeita é a de que pessoas ligadas ao grupo político de Aprígio planejaram o falso ataque contra o então prefeito.
Segundo o Ministério Público (MP), o objetivo da simulação era reverter a desvantagem de Aprígio no primeiro turno das eleições municipais em Taboão da Serra. Apesar disso, ele perdeu o pleito de 27 de outubro para Engenheiro Daniel (União Brasil).
De acordo com a acusação feita por Juliano Atoji, promotor do caso, Gilmar de Jesus Santos, Odair Júnior de Santana e Jefferson Ferreira de Souza participaram da execução do crime. Anderson da Silva Moura, o “Gordão”, e Clóvis Reis de Oliveira são os intermediários que contrataram os executores para o falso atentado. Anderson também responde pelo crime de lavagem de dinheiro.
Ainda de acordo com a Promotoria, Gilmar e Odair a são apontados como os autores dos disparos, utilizando um fuzil AK-47 contra o carro blindado onde estavam Aprígio, seu motorista, um cinegrafista e um secretário municipal. Apesar dos seis tiros, apenas o prefeito foi atingido, sofrendo ferimentos de raspão na clavícula e ombro.
Jefferson Ferreira de Souza é acusado de auxiliar na fuga dos atiradores. O grupo utilizou um veículo vermelho adulterado, posteriormente incendiado em Osasco.
Ex-prefeito sabia da farsa
A ideia de usar um fuzil teria partido do ex-prefeito de acordo com o delator Gilmar. “Ele queria que parecesse real. Eu sugeri atirar no capô para evitar ferimentos, mas ele insistiu que fosse na lateral”, contou em entrevista ao Fantástico em fevereiro de deste ano.
Além disso, ele afirma que Aprígio entregou R$ 85 mil a secretários para o dinheiro chegar aos intermediários, responsáveis por comprar a arma usada.
“O fuzil era um AK-47, com dois carregadores: um com quase 50 balas e outro com 30”, detalhou o delator. Ele também assume ter disparado contra o pneu do carro. “Quando vi os primeiros tiros atingindo o vidro, tomei o fuzil e fiz o disparo. Depois fui embora.”
Investigação
Segundo o Ministério Público, além do ex-prefeito, mais 15 pessoas são investigadas por participar direta ou indiretamente do falso atentado, entre eles três ex-secretários. Os mandantes ainda não foram formalmente identificados pelos investigadores.
Investigação
Durante a operação Fato Oculto, que aconteceu dia 17 de março em Taboão da Serra, foram apreendidos mais de R$ 300 mil na casa de Aprígio. Ele não foi encontrado para comentar o caso. O advogado dele, Alan Mohamed Melo Hassan, alega que o ex-prefeito é inocente e que não teve nenhum envolvimento com o atentado.
“Não é crível você pensar que uma pessoa de 73 anos estaria sujeita a receber um tiro de fuzil achando que talvez pudéssemos modificar um certame eleitoral. Eu tenho convicção de que ao final será demonstrado não só para ele, mas para os seus familiares e toda a sociedade que ele é a vítima nessa história”, disse Alan Mohamed Melo Hassan.
A reportagem tenta contato com defesa dos acusados.