Taboão da Serra: Sabesp prevê 81% de esgoto tratado em 2022
Obras para resolver o problema do esgoto vão contribuir para melhorar a qualidade da água do rio Pinheiros e beneficiar 3,5 milhões de pessoas nas imediações
Córrego Pirajuçara, na altura da Sharp, na divisa entre Taboão da Serra e São Paulo
A Sabesp iniciou em fevereiro deste a execução de diversas obras para ampliar a coleta e o tratamento de esgoto em Taboão da Serra. A companhia prevê que dentro de três anos o índice de esgoto tratado no município chegue a 81%. Segundo a empresa, atualmente 51% do esgoto coletado é tratado na cidade.
Segundo a empresa, as obras contemplam os trechos dois e três dos coletores-tronco Pirajuçara, às margens do Córrego Pirajuçara, localizado na divisa entre São Paulo e Taboão da Serra, e do Joaquim Cachoeira, em Taboão da Serra. A extensão total dos coletores é de 12,9 km. A Companhia está investindo R$ 46 milhões nas obras.
O projeto faz parte das obras de despoluição do Rio Pinheiros, rio que cruza a cidade de São Paulo desde a nascente, no encontro do Rio Guarapiranga com o Rio Grande, e deságua no Rio Tietê, além de promover um salto nas condições do meio ambiente, na qualidade de vida da população local e cidades adjacentes.
A implantação das obras de canalização do Córrego Pirajuçara, de assentamento de coletores troncos de esgoto ao longo do córrego, bem como as interligações dos coletores secundários e instalação da rede coletora nas residências dos municípios de São Paulo, Taboão da Serra e Embu das Artes vão levar o esgoto coletado para a maior estação de tratamento da América do Sul, a ETE Barueri, uma das estações ampliadas pelo Projeto Tietê. Cerca de 416 mil pessoas serão beneficiadas diretamente.
Sabesp vai despoluir 25 córregos da Bacia do Rio Pinheiros
A Sabesp está iniciando o processo de despoluição de 25 córregos dentro do Novo Rio Pinheiros, que tem o objetivo de devolver o rio limpo para a população até 2022. O investimento do projeto, que é uma das prioridades do Governo do Estado de São Paulo, é de aproximadamente R$ 1 bilhão e inclui ações socioambientais para engajar a população na recuperação dos cursos-d’água. O primeiro córrego a receber obras será o Zavuvus, na zona sul de São Paulo. A licitação para ampliar a coleta de esgoto na região foi lançada na quinta (20/6).
A principal novidade do Novo Rio Pinheiros é a adoção de inovações tecnológicas em áreas de habitações irregulares, onde o esgoto acaba lançado nos córregos porque a ocupação não deixou espaço para a instalação de coletores. Nesses locais, a Sabesp estuda, entre outras possibilidades, implantar estações especiais que vão tratar a vazão de esgoto do próprio curso-d’água.
Outro ponto importante será a adoção do contrato de performance, uma forma moderna de contratação de serviços que alinha com a iniciativa privada o objetivo final: a melhoria da qualidade da água do córrego. Com esse modelo, a empresa fica responsável por todas as obras de ampliação e adequação do sistema de esgoto e sua remuneração depende do resultado.
Quanto mais limpa ficar a água maior será a compensação financeira. Para avaliar a performance, serão consideradas metas como o total de novos imóveis conectados à rede e a qualidade da água do córrego. Das 25 sub-bacias, 16 terão contratos de performance. As demais receberão ações realizadas pela própria Sabesp.
No Zavuvus, as obras vão beneficiar 173 mil moradores, num investimento de R$ 85 milhões, podendo chegar a R$ 94 milhões a depender o desempenho da empresa contratada. A expectativa é que em dois anos e meio ocorra uma melhoria acentuada na qualidade da água do córrego, com perspectiva de retomada de vida aquática. Com 7,8 km de extensão, o Zavuvus deságua no Rio Jurubatuba, um canal do Pinheiros próximo da Represa Guarapiranga.
Os outros córregos que estão no programa são: Jaguaré, Vila Hamburguesa, Pirajussara, Boaçava, Jockey/Cidade Jardim, Bellini, Morumbi, Alto De Pinheiros, Cachoeira/Morro do S, Corujas, Ponte Baixa, Rebouças, Socorro, 9 de Julho, Sapateiro, Uberaba, Traição, Água Espraiada, Cordeiro, Chácara Santo Antônio, Pouso Alegre, Santo Amaro, Poli e Pedreira.
Além de contribuir para a melhoria do rio, o Novo Rio Pinheiros vai beneficiar diretamente 3,5 milhões de pessoas que moram nas imediações (o equivalente à metade da população da cidade do Rio de Janeiro), com melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, e será um incentivo à economia paulista, com a criação de empregos e renda.
Educação e engajamento
O Novo Rio Pinheiros é uma ação realizada pela Sabesp e outros órgãos estaduais coordenados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. A despoluição dos córregos requer também a participação efetiva da população, seja para se conectar à rede de esgoto já existente, seja para descartar adequadamente o lixo. Jogado na rua, o lixo vai parar nas galerias de drenagem da água da chuva e nos córregos, contribuindo para a poluição.
Para engajar a população, a operação nos córregos incluirá ações de educação ambiental nos bairros e em espaços lúdicos, onde haverá palestras com temas ambientais e mostras sobre o andamento e o legado das obras. No Zavuvus, o espaço ficará nas proximidades da Estação Jurubatuba da CPTM.
O Novo Pinheiros atua em diversas frentes de trabalhos da Sabesp e do Governo de São Paulo para despoluir o rio e devolvê-lo limpo à população. Uma delas é o programa Córrego Limpo, feito desde 2007 em parceria com a Prefeitura de São Paulo, para melhorar a qualidade da água dos mananciais, rios e córregos da capital. Já foram despoluídos 152 córregos. Além do meio ambiente, os benefícios chegam às pessoas que moram próximas dos cursos-d’água por meio de adequações no sistema de esgotamento sanitário, limpeza, manutenção e educação ambiental.
O Projeto Tietê, que também engloba o Pinheiros, foi iniciado em 1992 para a criação de infraestrutura para coleta, transporte e tratamento de esgotos. Desde o seu início, a mancha de poluição do rio Tietê diminuiu de 530 km para 122 km, uma redução de 77%. Os dados são auditados pela SOS Mata Atlântica. Com investimento de US$ 3 bilhões no projeto, mais de 10 milhões de paulistas passaram a ter coleta e tratamento de esgoto, com a coleta passando de 70% para 87%, e o tratamento, de 24% para 70%.