Taboão da Serra sobe 11 posições e salta para 37º no ranking de saneamento
Taboão da Serra tem 100% das residências abastecidas com água potável e 100% de coleta de esgoto; tratamento é o ponto negativo: apenas 32%
Mesmo com a rede de esgoto, muitas residências ainda não fizeram as ligações e despejam os resíduos diretamente em córregos
O Instituto Trata Brasil divulgou nesta terça-feira, dia 23, o Ranking do Saneamento das 100 Maiores Cidades do Brasil, onde habitam 40% da população. Taboão da Serra é a única cidade da região no levantamento e ocupa a 37ª posição. Em comparação a pesquisa do ano passado, a cidade subiu 11 posições.
De acordo com o instituto, apenas Taboão da Serra e Piracicaba possuem 100% de coleta de esgoto. Apesar do dado positivo, nem todo material coletado é tratado. Segundo o levantamento do Trata Brasil, apenas 32,95% do esgoto das residências taboanenses é tratado. Os dados computados para o ranking são de 2017.
Historicamente, o índice de volume de esgoto tratado sempre foi ruim em todo o país. A média nacional é de 46%. Segundo a Sabesp, atualmente (2019) Taboão da Serra trata 51% do esgoto coletado, o que deve melhorar a posição nos próximos estudos.
Outro dado importante apresentado pelo Trata Brasil é que Taboão da Serra também atende 100% da população com água tratada. A lista foi feita a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), que reúne informações fornecidas pelas prestadoras dos serviços de água e esgoto.
Taboão da Serra perde posições em outros quesitos que são considerados pelo instituto. O indicador de investimento por arrecadação é um dos mais baixos das 100 maiores cidades do país. A Sabesp investe no município 9,62%. Em Franca, cidade que lidera o ranking, a porcentagem é de 50,34%.
Em comparação com o ranking divulgado em 2018, Taboão da Serra foi uma das cidades que mais subiu na lista, ficando na frente de grandes cidades como Porto Alegre, Osasco, Carapicuíba, Santo André e Guarulhos.
O prefeito Fernando Fernandes comemorou a melhora no ranking de saneamento. “No ano passado estávamos na 48ª posição, em um ano subimos 11 posições e hoje estamos na 37ª posição do país. Isso é motivo de orgulho. Vamos continuar trabalhando para que no próximo ano Taboão da Serra esteja em um lugar privilegiado neste importante ranking”.
Sobre o ranking
O ranking é produzido pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados, o novo Ranking do Saneamento Básico contempla as 100 maiores cidades, onde habitam 40% da população, e foi feito com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – ano base 2017.
O país ainda apresenta quase 35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada, quase 100 milhões de brasileiros sem coleta de esgotos (47,6% da população) e apenas 46% dos esgotos gerados no país são tratados. Isso significa poluição e doenças ininterruptas em todo o país.
Como exemplo da situação nas grandes cidades, das 100 maiores, 90 apresentam mais de 80% da população com água tratada, em contrapartida, somente 46 cidades possuem mais de 80% da população com coleta de esgotos. Quando falamos de tratamento de esgotos os dados são piores; somente 22 municípios tratam mais de 80%.
Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, chama atenção: “Mais de 50% dos investimentos estão concentrados em apenas 100 cidades. Ainda que nelas viva mais de 40% da população, é preocupante pensar que mais de 5.600 municípios, juntos, são responsáveis por menos de 50% do valor investido em saneamento básico. Isso explica por que as cidades médias e menores em geral carecem desta infraestrutura”.
Como funciona a coleta de esgoto?
Nas casas, comércios ou indústrias, ligações com diâmetro pequeno formam as redes coletoras. Estas redes são conectadas aos coletores-tronco que recebem os esgotos de diversas redes, despejando os resíduos para os interceptores, que são tubulações maiores. De lá, o destino será uma Estação de Tratamento, Taboão da Serra envia seu esgoto para a ETE de Barueri.
Geralmente, o esgoto não tratado contém muitos transmissores de doenças, micro-organismos, resíduos tóxicos e nutrientes que provocam o crescimento de outros tipos de bactérias, vírus ou fungos.
Os sistemas de coleta e tratamento de esgotos são importantes para a saúde pública, porque evitam a contaminação e transmissão de doenças, além de preservar o meio ambiente. Outro ponto de atenção são as águas pluviais.
A água de chuva nunca dever ser direcionada à rede coletora de esgoto. A ação sobrecarrega a tubulação provocando seu rompimento.