27 de julho de 2009
Um trabalho inédito está sendo desenvolvido pela Secretaria de Habitação e Meio Ambiente. Em parceria com a Fundação USP, a prefeitura vem fazendo um levantamento de todos os fragmentos da Mata Atlântica que ainda existe em Taboão da Serra. A fauna, flora e os recursos hídricos irão parar, até o fim do ano, em um livro que será distribuído para todas as escolas.
O trabalho de campo já foi todo realizado e algumas descobertas incríveis sobre o Meio Ambiente da cidade estão sendo revelados aos poucos. No maior espaço verde da cidade, a mata que pertence a Polícia Militar, entre o Pq. Laguna e o Jd. Iolanda, foram catalogadas mais de 300 espécies de pássaros.
Foto: Divulgação

Uma das nascentes que ainda estão preservadas na Mata da Polícia Militar
A iniciativa do prefeito Evilásio Faris teve início em março e agora, quatro meses depois, já é possível se conhecer muitos detalhes que nunca haviam sido estudados pelo município e que em breve serão compilados em um Atlas.
“Conseguimos encontrar pelo menos 50 nascentes na nossa cidade, elas são afluentes do principais córregos que cortam o município”, revelou Alexandre Novoletti, diretor do departamento de Meio Ambiente. A má notícia é que cerca de 70% das nascentes não estão preservadas, elas estão localizadas em áreas de invasão. Os 30% que ainda estão preservados nascem exatamente na mata da Polícia Militar.
O levantamento também mostra que a parte onde ainda existe fragmentos quase intocados da Mata Atlântica é do lado norte da cidade, ou seja, o lado direito da Régis Bittencourt, onde existe uma área de proteção ambiental no Jd. Monte Alegre, além de outras áreas verdes. A mata em Taboão foi classificada como “Floresta Ombrofila Densa”, em estágio avançado de regeneração.
Fauna
O que mais vem chamando a atenção dos pesquisadores é o grande número de animais silvestres que habitam as matas de Taboão. Foram registrados mais de 300 espécies, algumas de médio porte, como o Pacú. Roedores e mamíferos, como capivaras, são facilmente encontradas na região.
“Ainda não temos as espécies que habitam nossas matas, mas é possível que exista algumas que corram risco de extinção”, diz Novoletti que destaca a impotância do grande número de aves que migram para outros locais.
Foto: Divulgação

Um dos poucos fragmentos preservados da Mata Atlântica em Taboão da Serra
A partir desse estudo será possível determinar ações para que o Meio Ambiente possa desenvolver um trabalho de preservação na cidade, aumentando a fiscalização e até mesmo a recuperação de áreas. “Teremos um universos do que são os nossos recursos naturais”, acredita o prefeito Evilásio Farias.
Atualmente o trabalho está na fase de catalogação. As informações mais técnicas já estão disponíveis para a prefeitura que irá agora transformar o material em um Atlas didático, que possibilita a conscientização de crianças e jovens que estudam na rede pública e até na particular.
Boas notícias
Apesar do estudo ainda não estar completo, já é possível projetar algumas informações sobre o Meio Ambiente da cidade. Novoletti acredita que Taboão da Serra tenha algo entre 7 e 9% de áreas verdes, um número considerado bom pelo Governo do Estado. “Queremos que esse estudo tenha uma função útil para os moradores”, lembra.
O levantamento também mostra algumas boas surpresas. No Pq. Laguna, por exemplo, existe uma bela cachoeira que está preservada e a água que corre ali é limpa. A queda d’água tem cerca de dois metros de altura e atrai moradores do bairro que se refrescam no local nos dias mais quentes.
Foto: Divulgação

Morango Silvestre, planta típica da Mata Atlântica
Por outro lado o levantamento feito pela prefeitura também escancara os principais problemas do Meio Ambiente de Taboão da Serra. A poluição dos rios com resíduos sólidos e o esgoto de casas, principalmente das áreas invadidas, classifica os córregos como o principal ponto a ser tratado pela prefeitura.