Temporal assusta moradores e deixa rastro de destruição e prejuízo em Taboão da Serra
Carro foi “esmagado” por eucalipto que caiu na Vila Indiana, em Taboão da Serra
Taboão da Serra viveu uma de suas maiores tragédias naturais dos últimos anos. O temporal que castigou a cidade no início da noite desta sexta-feira, dia 11, deixou um rastro de destruição e caos na cidade.
Grande parte dos moradores ainda estão sem energia elétrica, casas foram destelhadas e o prejuízo é enorme. Uma torre de celular caiu próximo ao hipermercado Davó, deixando sem comunicação diversos bairros, nem celular e nem internet funcionam, o que dificulta ainda mais o pedido de socorro.
O prefeito Aprígio decretou Situação de Emergência na cidade após os estragos. Tanto ele, como Engenheiro Daniel, cancelaram as agendas de campanha devido a tragédia que paralisou Taboão da Serra neste sábado.
As equipes do Portal O Taboanense circularam por diversos bairros de Taboão da Serra e em todos eles o cenário era o mesmo: muitas árvores no chão, carros destruídos e amassados, casas completamente sem telhas, placas de publicidade arrancadas com a força do vento. Diversas escolas foram atingidas e terão que passar por manutenção urgente.
No Jd. Saporito, um dos mais atingidos em Taboão da Serra, o comerciante Ariovaldo dos Santos, disse que o temporal causou pânico e medo nos moradores. “Ninguém esperava o que aconteceu. A chuva de vento foi derrubando várias árvores, vários telhados de escola, todas as escolas aqui, o prejuízo foi enorme para todos nós. Graças a Deus não se machucou ninguém está tudo ok, independente do que aconteceu”, disse.
No Jd. Salete, pelo menos quatro árvores da empresa Refrio caíram, quebrando o muro e danificando um carro que estava estacionado próximo do local. Moradores relataram que no bairro diversas casas perderam todas as telhas. “Aqui próximo do casarão, pelo menos quatro famílias perderam tudo, muito triste”, disse Janaína Souza.
Mas nenhuma cena impressionou mais do que a queda de um enorme eucalipto na rua Carlos Marques Teixeira, na Vila Indiana. A árvore destruiu completamente um veículo, quebrou o muro e o telhado de uma metalúrgica. O tronco da árvore impediu a ligação do bairro com o São Judas.
As linhas de ônibus que servem a região tiveram que mudar o itinerário, motoristas também tiveram que buscar alternativas. A pista só foi liberada por volta das 13h, já que moradores se uniram e com ajuda de uma empresa de terraplanagem conseguiram cortar a árvore e liberar o trânsito.
Segundo Chininha, morador do bairro, a prefeitura demorou para atender a ocorrência e a população se uniu e conseguiu liberar a avenida. “A favela tá unida, a gente é por nós, não querem ajudar, a gente vai e faz acontecer”, disse, indignado. Cerca de 20 moradores demoraram cerca de duas horas para retirar a árvore.
O diretor da Defesa Civil de Taboão da Serra, Carlos Hueb, esteve no local e explicou que existe um cronograma e urgências para serem feitas. “Toda nossa equipe está nas ruas, tinham pessoas presas dentro de casa, árvores que caíram sobre residências, pessoas que precisavam de socorro, essa era nossa principal prioridade, estamos andando por toda a cidade para que tudo volte a normalidade”, disse.
Hueb disse que foram registradas pelo menos 32 quedas de árvore de grande porte em Taboão da Serra e muitas casas foram atingidas. “Eu venho atendendo casos em que saiu o telhado, outras que apareceram trincas que não tinham. E a gente está tentando solucionar, detectar e encaminhar todos esses aí para que a pessoa tenha qualidade de vida restabelecida o mais rápido possível”.
O coordenador da Defesa Civil confirmou que não houve vítimas fatais em Taboão da Serra.
Água e energia
O presidente da Enel, Guilherme Lencastre, disse que Taboão da Serra foi uma das cidades mais atingidas por queda de árvores na rede elétrica. Ele não determinou um prazo para que seja normalizado o fornecimento. Até o fechamento desta matéria, a maior parte dos bairros ainda sofria sem luz.
Segundo moradores, a energia elétrica foi restabelecida por volta das 13h30 na região do Jd. Maria Rosa e região central de Taboão da Serra.
De acordo com Lencastre, além de Taboão da Serra as áreas mais atingidas foram zonas oeste e sul da capital, além de municípios como Cotia, São Bernardo, Santo André e Diadema. A concessionária afirmou que as rajadas de vento chegaram pela zona oeste e, depois, passaram pela zona sul, onde houve o maior número de estragos.
Sem ter onde carregar o celular, muitos moradores recorreram ao Shopping Taboão para utilizar as tomadas e poder manter contato com familiares.
A falta de energia elétrica na Grande São Paulo afetou a distribuição de água em regiões de São Paulo, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia. Estações elevatórias e boosters (equipamentos que transportam a água para locais mais altos) foram prejudicadas e a concessionária de energia foi acionada.
Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra e Embu-Guaçu não devem sofrer com falta de água neste primeiro momento.
A Sabesp orienta os moradores sobre o uso consciente da água armazenada nas caixas residenciais em toda a região metropolitana, uma vez que o sistema de abastecimento é integrado.
Já a Enel informou à Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) que cerca de 1,6 milhão de clientes continuam impactados pela falta de abastecimento de energia elétrica na Grande São Paulo.
Com Informações da Agência Brasil