Testes da vacina de Oxford contra a covid-19 começam em São Paulo
Testes começaram na última sexta-feira (19); ao menos 5 mil profissionais da saúde serão testados
Gazeta de S. Paulo
Nesta terça-feira, dia 23, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Lemann confirmaram que os testes da vacina ChAdOx1 n CoV-19, contra a Covid-19, da Universidade de Oxford, começaram a ser realizados em São Paulo.
De acordo com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp, os testes começaram na última sexta-feira, dia 19. Pelo menos 5 mil profissionais da saúde serão testados no Rio de Janeiro e São Paulo, segundo informações da Universidade de Oxford.
Em nota, a Fundação Lemann, uma das financiadoras dos testes no Brasil, comemorou o início dos testes.
“Há um caminho importante a ser percorrido agora pelos especialistas antes de podermos celebrar bons resultados. O que virá depois, ainda não sabemos. Enquanto isso, o foco da Fundação Lemann está em acompanhar a iniciativa. Há muitas pessoas e organizações trabalhando colaborativamente para o sucesso e, junto delas, esperamos dar nossa contribuição para que a pandemia seja superada, com foco e atenção ao Brasil e sua gente, nosso maior compromisso”, disse a nota.
A realização dos testes em São Paulo está sendo coordenada pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A vacina da Universidade de Oxford está entre as 141 cadastradas na Organização Mundial da Saúde (OMS). Apenas 13 das cadastradas estão em fase de testes em humanos.
Os estudos são baseados nas vacinas contra ebola e Mers (síndrome respiratória do Oriente Médio causado por outro tipo de coronavírus). No total, 50 mil voluntários serão testados no mundo.
O resultado dos testes está previsto para setembro deste ano, e, se for positivo, as vacinas deverão ser entregues em outubro de 2020.
A vacina está sendo produzida através de uma versão de um adenovírus que causa gripe em chimpanzés, mas que não causa doença em humanos. Este material induz anticorpos contra a doença.
No entanto, mesmo participando da fase de testes para a vacina, o Brasil poderá ficar fora dos primeiros lotes da vacina, pois a compra depende de um acordo entre o governo federal e a universidade. O acordo está em análise no Ministério da Economia e no Ministério da Saúde.