Tomate volta a ser vilão e preço do quilo já passa de R$ 8 em Taboão da Serra
Com uma alta de 31,84% nos últimos meses, o preço do quilo do produto tem pesado no orçamento das famílias
Segundo especialistas, a alta no tomate acontece por causa das fortes chuvas do começo do ano
Por Matheus Herbert, da Gazeta de São Paulo
O preço do tomate voltou a pressionar o orçamento das famílias de todo o País. Com uma alta de 31,84% nos últimos meses, o quilo do produto passa de R$ 8 em Taboão da Serra e exige muita pesquisa caso os consumidores queiram economizar. Segundo especialistas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a escalada acontece por causa das fortes chuvas do começo do ano.
Além do tomate, o quilo da batata também registrou alta nos últimos dois meses. O produto ficou cerca de 14% mais caro em relação ao começo do ano. A reportagem da Gazeta visitou na última semana uma das principais feiras de Taboão da Serra, na região do Parque Pinheiros, e constatou a alta nos valores.
“Entre janeiro e fevereiro, o quilo do tomate era vendido por R$ 3 a R$ 4, mas em maio o valor subiu para mais de R$ 8. É ruim para todos, para o cliente e para nós que compramos dos fornecedores e precisamos também tirar um lucro”, disse o feirante Alexandre Silva, de 41 anos, que trabalha em feira há mais de 15 anos.
De acordo com a Conab, a alta nos preços do tomate é comum no período chuvoso e é consequência direta da menor disponibilidade do fruto nos mercados. A redução aconteceu porque o calor e as chuvas no campo fazem com que os frutos fiquem mais perecíveis e manchados, aumentando a quantidade descartada pelos produtores.
Segundo o coordenador do IPC, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Guilherme Moreira, essas variações de preço são esperadas. “Verão e calor trazem muita chuva. A boa notícia é que a tendência é de queda. Nos próximos dias, o tomate deve chegar mais barato aos consumidores”, explica.
Além do tomate e da batata, os consumidores reclamam dos valores do quilo da cenoura e da vagem. “Tudo tem ficado mais caro e é preciso muita pesquisa. Eu senti que neste mês a batata e a cenoura subiram, mas o grande vilão continua sendo o tomate. Desde março os preços só sobem. Eu comecei a cortar o tomate da salada”, disse o autônomo Francisco José, de 55 anos.
“Temos que tentar equilibrar o preço para não ficarmos no prejuízo. Tentamos entender os nossos clientes, mas explicamos que também pagamos mais caro quando pegamos com os fornecedores. A procura realmente caiu nos últimos dias, justamente pela alta do valor”, complementou o feirante Jumar Fernandes, de 43 anos, e que trabalha há mais de 22 anos com a venda de tomates.
Após alta
Após ter sido o vilão da mesa dos paulistanos nos primeiros meses do ano, o feijão-carioca apresentou queda de 2,39% em abril e maio.
No período, o preço médio do produto ficou entre R$ 6,70 e R$ 6,54 o quilo. A inflação oficial também mostra que a tendência do produto é de queda, dando uma trégua para o bolso dos consumidores.
De acordo com o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), que é a prévia da inflação, divulgado pelo IBGE, o feijão-carioca caiu 2,38% no mês de abril no País, ante o aumento de 41,44% em fevereiro e março.