Trio Elétrico anima carnaval em Taboão da Serra
Marco Pezão
A produção do show contou com o apoio da prefeitura municipal de Taboão da Serra. Empenharam-se para sua realização: o prefeito Dr Evilásio Farias, o coordenador executivo Maruzan Corado e o secretário de governo Paulo Silas. À frente dos trabalhos, Roberto Lima, assistente de coordenação, que teve em sua equipe a preciosa colaboração de Robson Goulart e a locução de Mauricio Rocha.
O Trio Elétrico Momentos, de José Luiz Borsato, desenvolveu o Carnaval da Inclusão Social, do sábado, dia 05/02, à terça feira, 08/02, das 15 às 23 horas, nos bairros do Silvio Sampaio, Jd Leme, Suiná, St Moritz/Salete, São Judas, Jd Record, Saporito, Laguna, Maria Helena, e encerrando as atividades no Jd Silvio Sampaio com a presença do vereador Queiroz, juntamente com o Bloco Black Folia que durante todo o percurso participou da curtição.
Tatiana Avalone e Banda, acompanhada pelo cantor Leandro, garantiram o sucesso do entretenimento e a sua animação.
Ficou o gosto de quero mais
“Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, diz a famosa canção de Caetano Veloso. Agora, ali, na batida do Axé, busquei a Bahia distante. Nós, suburbanos do asfalto, taboanenses, paulistas, brasileiros vindos de tantos lugares, que, pela labuta diária já acostumados a correr – correr mesmo – atrás do pão nosso de cada dia. E integrados ao ritmo urbano, na periferia, fica-se desabituado a dançar nas ruas.
Olhando de baixo para cima além da banda no tablado, o céu. O céu que nos brindou com dia quente, de sol, sem nuvem cinzenta de feio semblante, bem ao estilo baiano. A voz de Tatiana Avalone, carregada no sotaque, trouxe o cheiro, o requebro, o ânimo. O mar e as praias de São Salvador que não conheço ficaram por conta da imaginação.
Diferentemente, o trio elétrico esteve estacionado. Claro, vivemos em uma serra e seria quase impossível manobrar o caminhão por ruas tortuosas de pouco ou quase nenhum planejamento habitacional.
Mas os rostos vieram chegando, alertados pelo som de que havia algo acontecendo. Aos poucos rodeando, se agrupando, se soltando, e assim já não era mais possível segurar os pés. É estranho como os pés agem. Independente da cabeça, eles ditam: dois pra lá, dois pra cá. Motivando as pernas, os braços, as mãos, o corpo todo, e até agitando uma reboladinha.
De repente, as fileiras se compactuam. Os sorrisos e vozes engrossam o coro. O alegre contágio se torna presente. São jovens, mulheres, homens, crianças, não importando a idade. Aglutinados formam a cara de nosso povo. Sofrido é verdade, mas que desta vez está sendo convidado a participar.
Não foi possível ficar mais que duas horas em cada lugar. Embora, atendendo a pedidos houve sempre a canja de outra música, de uma saideira. As surpresas foram os artistas anônimos que, como o Vagninho, do Pq Laguna, tomaram posse do microfone. Cantaram e dançaram, tendo momentos de brilho e aplausos gerais.
Nos bairros visitados as cenas se repetiram. A apoteose se deu no Jd Silvio Sampaio, quando a noite passava das 21 horas. Com o mesmo entusiasmo e repleto de gente, as canções finais tiveram o gosto de quero mais.
Sem o habitue dos bons baianos, não se invadiu a madrugada a espera do raiar da quarta feira de cinzas. Então, de novo sentindo a melancolia urbana, fica e segue o trio elétrico a sensação ou certeza de uma boa idéia. Afinal, são elas, as idéias, e a sua prática, que podem mudar e enaltecer o curso da história; desta pequena, mas grande no coração, esta que é a nossa cidade de Taboão da Serra.
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