Turismo da Capital tem quedas contínuas e segue longe da retomada, diz estudo
Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, região central de São Paulo
Bruno Hoffmann, da Gazeta de S. Paulo
O turismo da cidade de São Paulo segue altamente impactado pela pandemia da Covid-19, com quedas contínuas no faturamento, nos empregos e no movimento de passageiros nos principais terminais. De acordo com o Índice Mensal de Atividade do Turismo (Imat-SP), elaborado pela FecomercioSP e pelo Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris, o mês de abril apresentou queda de 6,3% em relação a março.
“Os números sustentam uma realidade turbulenta: beirando os piores momentos de 2020, o turismo da cidade de São Paulo ainda não cresceu em 2021”, explica o estudo comandado pelas duas entidades.
A maior retração do indicador veio do faturamento dos agentes do setor, que foi de 17,4% em abril (número-índice de 20,5). Depois, o pior resultado foi da movimentação de aeroportos, que caiu 15,1% em comparação a março (21,8). Já as chegadas em rodoviárias caíram 7,6% (23,9).
De acordo com os organizadores do estudo, os números expressam um momento em que a cidade estava sob fortes restrições de circulação impostas pelo Plano São Paulo, do governo estadual. Com isso, o turismo – tão dependente do movimento de pessoas – foi mais impactado. Não à toa, a taxa de ocupação hoteleira na cidade caiu 7,9% no mês.
O melhor momento do turismo paulistano, desde o início da pandemia, foi em dezembro, quando estava com número-índice 58,9. Dali em diante, não parou mais de cair: 58,6 em janeiro deste ano; 50,7 em fevereiro, 41,5 em março e 39,8 agora.
O Imat-SP foi criado pela FecomercioSP e pela SPTuris para ser um termômetro do turismo em São Paulo, levando em consideração tanto as atividades dos empresários do setor quanto dos consumidores. A ideia é que ele seja usado, sobretudo, para que as empresas, que atuam com atividades turísticas na cidade, tenham mais um insumo para elaborar o seu planejamento.
Vacinação
Com um nível de atividade 60% mais baixo do que antes da pandemia, o turismo paulistano aposta suas fichas no avanço da vacinação, para aumentar a demanda de produtos turísticos, como eventos, compras e gastronomia na cidade.
“É significativo como os empresários do setor estão preservando o maior número de empregos possível, vislumbrando o cenário de melhora que se avizinha conforme a imunização avança. Antes, porém, o afrouxamento das medidas de isolamento já deve exercer impacto positivo sobre o setor – que será melhor visualizado nos dados de maio”, explica o estudo da FecomercioSP e da SPTuris.
Metodologia
O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, assim como dos passageiros das rodoviárias, a taxa média de ocupação hoteleira na cidade, o faturamento do setor do turismo na Capital e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo.
O índice tem sua base no número cem, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais por conta dos dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.