Último grande animal do Parque das Hortênsias, Leoa Helga morre em santuário
Leoa Helga no último dia no Parque das Hortênsias, em Taboão da Serra
O Parque das Hortênsias fechou definitivamente o zoológico que funcionou por mais de 32 anos e foi uma das maiores referências de Taboão da Serra. O último grande animal a habitar os recintos do local, a leoa Helga, morreu na manhã da quarta-feira, dia 25, aos 21 anos, no santuário Mata Ciliar, em Jundiaí, onde morava há cinco anos.
Helga foi o centro de uma batalha entre ambientalistas e o Ministério Público que em 2014 exigiram a mudança diante das condições precárias do Parque das Hortênsias. Em um comunicado, a Mata Ciliar informou que o animal tinha câncer de mama “que se espalhou rapidamente na sua última semana de vida. Antes disso, não tinha dor e passava muito bem”, informou.
A leoa Helga era o último animal de grande porte do Parque, que perdeu no final de 2013 três felinos: um casal de tigres e o leão Zulu, companheiro de Helga.
Leia a nota da Mata Ciliar sobre a morte da leoa Helga
Nossas noites estão mais tristes
Desde a partida do leão Juba, a Mata Ciliar acostumou-se a dormir embalada com o soberano rugir da leoa Helga.
Helga, que chegou para nós, apática, obesa, quase sem poder andar, tornou-se a verdadeira rainha da instituição. Com o tempo e também com a dedicação de todos os nossos colaboradores, apesar da idade avançada, ela foi recuperando sua “autoestima felina”, vindo a tornar-se um dos mais amados e carismáticos animais que a Mata Ciliar já abrigou.
Com olhar penetrante, porte digno e imponente, gênio indomável, ela conquistava, logo à primeira vista, todos os que a conheciam. Infelizmente, a vida tem seus caprichos que, por mais que saibamos serem irreversíveis, sempre nos entristecem e nos fazem refletir se fomos capazes, se fizemos o melhor de nós, se podíamos ter feito mais ou de forma diferente…. e tantos outros “ses”.
Diante da inescapável realidade da vida, que é o seu derradeiro fim, nos vemos e nos sentimos impotentes. Fica ao menos a solidariedade e o companheirismo de todos aqueles que lado a lado, dia a dia, se esforçaram, se dedicaram, se revezaram na árdua tarefa de cuidar de seres que, apesar do tamanho, da força, e do medo que provocam, são tão frágeis e vulneráveis.
Helga morreu ontem com 21 anos, por volta de 10:00h, tinha câncer de mama que se espalhou rapidamente na sua última semana de vida. Antes disso, não tinha dor e passava muito bem.
O silêncio faz as nossas noites um pouco mais tristes, mas o consolo vem também dela, que traz um brilho a mais dessa estrela chamada Helga e que se junta ao Juba e a tantos outros na Constelação de Leão. “Deus Salve a Rainha”… e também olhe por todos nossos animais!