Verão chuvoso será teste para canalização do córrego Poá
As obras de canalização do córrego Poá foram finalizadas no final de outubro do ano passado pela prefeitura de Taboão da Serra. Agora, no período chuvoso, a obra, o maior investimento da história da cidade, passa pelo teste mais difícil. Entre dezembro e janeiro a cidade registrou pelo menos três grandes tempestades e não foram registrados pontos de alagamento ou enchentes no Largo do Taboão e na Vila Santa Luzia, dois dos bairros mais castigados.
O prefeito Fernando Fernandes disse ao Portal O Taboanense que as mudanças feitas no projeto original, como a construção de um canal auxiliar, paralelo ao córrego, dará mais vazão em dias de chuva forte. “Nossa expectativa é que as enchentes naquela região realmente acabem, não podemos dimensionar a força da natureza, mas toda a obra de engenharia nos dá boas perspectivas”, disse.
Os moradores do bairro aguardam o fim do período de chuvas fortes para comemorarem o sucesso da obra. “Choveu forte agora em janeiro, mas o córrego não transbordou por enquanto. Tomara que essa obra realmente acabe com o nosso sofrimento, já perdi muita coisa por causa das enchentes”, disse Maria José Ramalho, moradora da rua Getúlio Vargas.
O fotógrafo Renato Riso, dono de um estúdio próximo ao córrego, é mais ponderado. “Acho que ainda não choveu forte de verdade para que a gente tenha certeza que a obra irá conter as enchentes, temos que esperar. É claro que ficamos felizes com o final das obras, mas temos que aguardar”, lembra.
Riso lembra que acompanhou de perto a pior tempestade do ano. “Eu fiquei ali para ver como a canalização se comportaria. O rio não ultrapassou a margem que joga o excesso pro canal auxiliar. Mas a água pluvial, que tinha um volume grande e prejudicava muito, já está sendo captada pelo canal novo, isso ajuda muito mesmo, desafogou o rio, porque antes caía direto no córrego”.
As obras de canalização do córrego Poá começaram na gestão do ex-prefeito Evilásio Farias. Ao assumir a prefeitura em 2013, Fernando Fernandes precisou desapropriar algumas casas na região central para a ampliação do córrego. Mas, durante as obras, a secretaria de obras sugeriu uma mudança no projeto original, criando um canal auxiliar ao lado do Poá.
Na época, no início de 2015, o secretário de obras, Rogério Balzano, afirmou que a principal mudança aconteceu no trecho que vai da Escola Estadual Domingos Mignoni, no Pq. Santos Dumont, até o encontro do Poá com o córrego Pirajuçara. Nesse trecho foi construído um canal auxiliar que receberá o excesso de água nos dias de chuva muito forte. “Quando o canal principal do Poá chegar no seu limite, a água irá para esse canal de reforço”, explicou Balzano.
O secretário também falou sobre a eficiência das obras de canalização. “Fizemos um estudo hidráulico para que não tenha mais enchente no Poá, mas dependemos do Córrego Pirajuçara. A canalização do Poá é um elo, ele funcionará se todo o sistema funcionar. Mas essas obras irão dar mais tranquilidade para os moradores do bairro que sofrem com enchentes a décadas”.
Investimento
Para a realização de toda a canalização, que vai da avenida Marechal Castelo Branco até o Córrego do Pirajuçara, estão sendo gastos cerca de R$ 75 milhões financiados através de empréstimo do Governo Federal. A Prefeitura paga em média R$ 720 mil ao mês por este financiamento.
O município teve ainda o custo adicional de cerca de R$ 10 milhões, usados para o recapeamento das ruas Henrique Robba e das avenidas Intercap (nos dois sentidos), para a construção de novas pontes e para pagamentos para as famílias que precisaram ser desapropriadas.