Vereadores do PSDB de Taboão da Serra terão cinco dias para explicar apoio a Skaf
Vereadores do PSDB organizaram e participaram de campanha de Paulo Skaf (MDB) na tarde de segunda-feira (10) na cidade
Pedro Tobias disse que PSDB dá apoio incondicional a Fernando Fernandes e Analice na região
Por Matheus Herbert, da Gazeta de S. Paulo
Os vereadores de Taboão da Serra: Carlinhos do Leme, Eduardo Nóbrega, Érica Franquini e André Egydio, todos do PSDB, terão cinco dias para explicar o motivo de terem organizado um comício e apoiado o candidato ao governo do Estado do MDB, Paulo Skaf, na cidade, na última segunda-feira, dia 10.
Durante coletiva convocada pelo prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB) na manhã de ontem, o presidente do Diretório Estadual do PSDB, Pedro Tobias disse que a atitude dos vereadores caracteriza infidelidade partidária e que a punição imposta pode ser desde uma advertência até a expulsão da legenda.
“Os vereadores vão receber uma carta com uma série de perguntas e terão que responder em até cinco dias. Após recebermos as explicações, uma comissão de ética vai avaliar as respostas e só depois disso vamos ver as punições. Apesar desse apoio explícito, sendo que o nosso é João Doria, eles têm o direito de defesa”, disse Pedro Tobias.
O presidente estadual do partido ainda complementou dizendo que, “dentro do ponto de vista moral não existe explicação, porém dentro da Justiça existe”.
Segundo Pedro Tobias, os vereadores e mais um suplemente tucano que também participou do comício, José Macário dos Santos, deveriam receber a carta até o final da tarde de ontem. “As cartas foram enviadas individualmente para cada um deles, ou seja cada vereador poderá fazer a sua defesa. A ideia é termos uma decisão sobre cada um antes das eleições”, finalizou Tobias.
O prefeito Fernando Fernandes reforçou que o racha dos vereadores com o governo surgiu após ele e sua esposa, candidata a deputada estadual, Analice Fernandes, não aceitarem fazer campanha ao lado da candidata a deputada federal, Ely Santos (PRB), irmã do prefeito de Embu das Artes, Ney Santos.
“Vou repetir mais uma vez, tudo isso começou após eu e Analice dizermos que não queríamos fazer campanha ao lado da Ely Santos. Temos o direito de escolher quem queremos ou não apoiar. A atitude desses vereadores caracteriza infidelidade partidária. Eles precisam entender que foram eleitos pelos votos do partido, os votos não são deles”, disse o chefe do executivo taboanense.
Em entrevista à Gazeta na segunda-feira, Eduardo Nóbrega disse que o prefeito Fernando Fernandes não apoia o partido. “Essa decisão do prefeito de não apoiar o próprio PSDB dentro da cidade, é o que fez com que nós nos uníssimos para apoiar um outro candidato. Fernando Fernandes disse que é dono do PSDB, que não vai eleger presidente da Câmara e nem prefeito do PSDB, porque não precisa dos nossos votos”, disse Nóbrega.
Rompimento
Em agosto, os vereadores André Egydio, Eduardo Nóbrega, Carlinhos do Leme e Érica Franquini, além de Alex Bodinho (PPS) formaram o “Bloco Independente”. Ainda no mesmo mês, eles anunciaram apoio à candidatura de Hugo Prado (PSB) a deputado estadual e a de Ely Santos (PRB) a deputada federal.
Cada partido apoia uma diferente candidatura ao governo estadual. O PRB apoia João Doria e o PSB, o atual governador Márcio França (PSB).